Quimeras

    Por muito tempo estive preso na inércia da estagnação. Na mesmice da impossibilidade de ação, rondei meus próprios assombros e os desafiei. Descobri e digo sem medo: escrever é uma questão de segurança. Agora, olho-me no espelho e suplico: jamais deixe a insegurança te amordaçar. Não permita que os pesos da dúvida te sirvam de grilhão. Escrever liberta: dá asas, se me permite o clichê. É um ato que nos enche os pulmões de coragem, mas que, antes, demanda certa valentia. Requer que você vá de peito limpo e cara lavada e imponha suas palavras ao mundo, sejam elas sóbrias ou poéticas. Os bloqueios que te barram são monstros de suas próprias inseguranças que devoram sua voz. Você não é suas próprias fraquezas; não admita que elas te alienem de si mesmo. Abatamos quimera por quimera com as navalhas afiadas das palavras.