Lei da Palmada

    Mais cedo vi a Lei da Palmada nos Trend Topics brasileiros. Sendo assim, pesquisei no Google Notícias e achei um artigo do Terra Notícias divulgando que hoje, 13/12/2011, está sendo votado na comissão da câmara o projeto da Lei da palmada, que configura alterações no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) de modo que as crianças sejam educadas sem o uso de castigos corporais ou de tratamentos  degradantes.
    Antes de mais nada, eu gostaria de deixar bem claro que eu não sou pai, portanto, minha opinião não é baseada em experiências, e sim em moral e concepção própria.
    Bom, precisamos levar em consideração que essas agressões ocorrem em vários tipos de circunstâncias. Em alguns casos, o trabalho dos pais é muito estressante e infelizmente eles acabam descontando isso nos filhos; em outros, a criança tem sérios problemas de comportamento, e sem saber o que fazer, os pais recorrem à agressão corporal.
    Mesmo sendo compreensível, não é admissível a atitude desses pais que tentam educar com violência. Isso, a meu ver, é uma metodologia cruel e primitiva, que deve ser estudada e enfatizada. E o mais curioso é que muitos dos adultos que sofreram desse mal na infância fazem questão de passar isso para as próximas gerações. Justificativas como "eu passei por isso na minha infância e não sofri trauma algum" são bastante comuns. Ora, se você não sofreu nenhum traumatismo na sua personalidade em função disso (teoricamente, é claro), não quer dizer que seu filho não esteja sujeito a sofrer.
    Para ilustrar o porquê de esse argumento ser inválido, imagine que você sofreu bullying quando criança mas que isso não te afetou posteriormente. Seguindo a "lógica" desses pais, não tem problema incentivar seu filho a praticar bullying, pois afinal de contas, se isso não te causou um dano grave, por que causaria nos demais?
    Entretanto, embora eu seja a favor da Lei da Palmada, também sou a favor do governo disponibilizar ajuda profissional às famílias que não tem condições de pagar por tal coisa, pois o Estado não pode simplesmente eliminar as saídas (violentas, no caso); é dever dele oferecer saídas alternativas.
    Além disso, é importante estabelecer limites para distinguir castigos degradantes de uma palmada, caso contrário, a lei pode ser usada como pretexto para incriminar pais que derem um tapinha em seus filhos. A pedagoga Cris Poli defende que não é preciso bater para educar uma criança. "Métodos de disciplina é que ensinam o que é certo e errado. Palmadas e puxões de orelha são usados apenas pelos pais que não conseguem se impor e perdem a paciência com os filhos. Eu sequer vejo necessidade de uma lei para proibir isso. O que precisamos é de uma campanha de conscientização disciplinar." diz a educadora.
    Existem diversas outras maneiras de ensinar os limites à uma criança. Um exemplo muito interessante é o da Márcia Muccini, que como forma de castigo, dava aquele gelo nas filhas. "Isso sempre funcionou", conta ela.