— RESENHA —

How I Met Your Mother — porque faz tanto sucesso

How I Met Your Mother (em Portugal, Foi Assim Que Aconteceu) é uma série de comédia que estreou no dia 19 de setembro de 2005. O sitcom gira em torno da vida de Ted Mosby (e de seus quatro amigos), que é narrada pelo próprio aos seus filhos, 25 anos mais tarde.
(Trecho adaptado da Wikipédia)

     Com nada menos que oito temporadas, How I Met Your Mother vem arrebatando cada vez mais fãs, desde 2005 até os dias de hoje. Episódio por episódio, você vai entendendo o desenrolar da história (que é narrada por Ted aos seus filhos, 25 anos mais tarde) e vai descobrindo os trejeitos de cada um dos personagens; até que, assim, sem aviso prévio, você acaba se apegando a eles. Digo isso por experiência própria.
     Já na primeira temporada, somos introduzidos a um grupo de amigos residentes da cidade de Nova Iorque. Eles têm empregos, problemas amorosos, conflitos entre si, e outras dificuldades que todas as pessoas são obrigadas a lidar durante a vida. Esses amigos se reúnem no Maclaren's, um bar onde eles sempre costumam se encontrar, e discutem estes problemas de forma muito bem-humorada.
     Os produtores usam e abusam da criatividade, o que resulta em insanas, porém muito bem elaboradas histórias que vão desde um taxista mexicano que faz participações em eventuais episódios até mistérios em que uma cabra aparece dentro do apartamento.

Marshall, Lily, Ted, Robin e Barney, respectivamente.
Fonte da imagem: Media Works TV

     Muita gente pode ter a visão de que How I Met Your Mother é apenas uma típica série de comédia americana que não excede as expectativas, mas o verdadeiro motivo do sucesso vai muito além das situações embaraçosas e dos bordões de Barney Stinson.
     Cada personagem conta com virtudes e defeitos singulares. A discrepância entre pensamentos, valores e atitudes possibilita um engajamento muito forte do espectador com a história. No geral, as cinco personalidades, por mais complexas que sejam, ilustram muito bem o modo como as pessoas lidam diferentemente com seus problemas.
     Ted, por exemplo, é um solteirão eternamente apaixonado. Engenheiro, esforçado e muito ético (por vezes até demais), quase sempre está envolvido em problemas românticos. Inclusive, é um pouco difícil de ser descrito, pois é um personagem tão humanizado que chega a ser simples e complexo ao mesmo tempo.
     Barney, por sua vez, é o "pegador" da série. De certa forma, possui um pouco do "jeitinho brasileiro". Quando quer algo, ele consegue; custe o que custar. Seus bordões famosos são usados até mesmo por pessoas que nunca assistiram a série ("True story", "High five" e "Suit up!" são só alguns exemplos), e ele sempre tira boas risadas dos espectadores com suas atitudes imprevisíveis e com seus mistérios enfadonhos. Por outro lado, mesmo com suas frases extremamente machistas, existem alguns momentos que provam que isso tudo é o modo que ele encontrou para mascarar o Barney sentimental que há dentro dele.
     Lily e Marshall. Quem assiste HIMYM sabe muito bem porque falo deles como se "os dois fossem um só". Juntos há aproximadamente dez anos, Lily e Marshall são como as mãos e os braços da série, de tão insubstituíveis. Eles mantêm o relacionamento que todos nós sonhamos ter. Talvez isso se dê em razão da admirável ingenuidade com que encaram os problemas e, quase controversamente, com a maturidade com que resolvem os mesmos. Lily, com seu jeito meigo de professora de jardim de infância, e Marshall, tão sonhador que estudou Direito só para lutar em prol da causa ambiental.
     E por fim, mas tão fundamental quanto os outros personagens, Robin. Por ter sido criada pelo pai como se fosse um menino, sua personalidade comporta alguns aspectos de "durona". Tal como Barney, a apresentadora de tv possui alguns pensamentos para mascarar o lado sentimental e não deixar transparecer suas fraquezas. Talvez esse seja o motivo de ser extremamente independente e de sempre colocar sua carreira na frente do amor. Mas não se engane: embora Robin tenha esse lado "sério", também é muito engraçada. Na realidade, a vida dela em si é uma piada: por ser canadense, é alvo de piadas dos amigos; além disso, podemos dizer que não é muito bem sucedida em sua carreira: seu programa jornalístico vai ao ar às quatro da manhã — e ninguém, nem mesmo os próprios amigos, a assistem. Isso sem falar na sua adolescência como estrela do pop canadense de que até hoje se envergonha.

     Fica aqui então minha recomendação. A série pode não garantir risadas histéricas a cada dez minutos, mas com absoluta certeza acolhe o espectador para dentro destas situações inusitadas e para junto destes personagens que, apesar de serem fictícios, até parecem palpáveis de tão bem desenvolvidos.